PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO SISTÊMICA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: PAPEL DO FUMO E USO DE CORTICÓIDES

  • EDUARDA DE SOUZA BELISÁRIO Mestranda no Programa de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Vila Velha
  • AMANDA CHRISTINA GONCALVES DO CARMO GOUVEIA Mestranda em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Vila Velha (UVV).
  • CARLA CHRISTINA DE CASTRO BULIAN UNIVERSIDADE DE VILA VELHA - UVV
  • RAFAELA AIRES UNIVERSIDADE DE VILA VELHA
  • THIAGO PEREIRA MELLO Professor Titular da Universidade Vila Velha - UVV
  • ELISARDO CORRAL VASQUEZ Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Vila Velha (UVV)
  • CARMEN LUIZA SARTÓRIO Pós-doutora no Programa de Pós-Graduação de Biotecnologia - UFES.
  • BIANCA PRANDI CAMPAGNARO Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Vila Velha (UVV)
Palavras-chave: Doença pulmonar obstrutiva crônica; Espécies reativas de oxigênio; Corticóide inalatório; Citometria de fluxo.

Resumo

Introdução: Na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a inalação de partículas ou gases tóxicos, principalmente o tabaco, aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) causando uma resposta inflamatória exacerbada. Objetivo: Avaliar a produção de ROS em pacientes portadores de diferentes níveis de gravidade de DPOC e sua relação com tratamentos farmacológicos e fumo. Materiais e métodos: Pacientes ex-tabagistas, com idade variando de 45 a 80 anos (N= 52) foram divididos após avaliação espirométrica e anamnese em 4 grupos: (1) pacientes sem uso de medicações inalatórias (Controle, N=11), (2) pacientes em uso de Formoterol (DPOC II, N=11), (3) pacientes em uso de Formoterol e Brometo de Tiotrópio (DPOC III, N=16) e (4) pacientes em uso de Salmeterol + Brometo de Tiotrópio e Fluticasona (DPOC IV, N=14). Foram coletados 5 ml de sangue periférico para análise do estresse oxidativo por citometria de fluxo. Resultados: Pacientes dos grupos DPOCII, DPOCIII e DPOCIV, apresentaram maior produção de ânion superóxido e peróxido de hidrogênio quando comparados ao grupo Controle (p<0,05). Entre DPOC, o grupo III apresentou a maior produção de ânions superóxido e peróxido de hidrogênio quando comparados aos grupos DPOC II e IV (p<0,05). A produção de radical hidroxila e ânion peroxinitrito no grupo DPOC IV (1384±57, a.u) foi menor quando comparado com o grupo DPOC III (2289±43, a.u) e maior que a do grupo Controle (771±20, a.u). O grupo DPOC IV apresentou valores de DAF (indicativo de produção de NO) significativamente menores que os demais grupos (Controle: 3740±221; DPOC II: 2948±150; DPOC III: 2734±90 vs. DPOC IV: 1889±70 a.u; p<0,05). Ao observar-se a relação da função pulmonar (VEF1) com as ROS, observou-se significativa correlação negativa entre estes parâmetros, sendo que entre o NO e a função pulmonar observou-se uma correlação positiva. Conclusão: Os resultados do presente estudo demonstraram que portadores de DPOC apresentam um aumento de ROS, o que se apresenta relacionado ao prejuízo da função pulmonar. Pacientes do grupo DPOC IV apresentaram uma diminuição da produção de ROS quando comparados ao grupo DPOC III e DPOCII, o que poderia ser devido ao uso de corticoide inalatório, à menor carga tabágica e ao maior tempo de cessação do fumo, que foram observados no grupo DPOC IV.

 

Biografia do Autor

EDUARDA DE SOUZA BELISÁRIO, Mestranda no Programa de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Vila Velha

Mestranda no Programa Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Vila Velha. Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Vila Velha (2020). Aluna de iniciação cientifica (bolsista UVV) no Laboratório de Fisiologia e Farmacologia Translacional (LFFT) do PPGCF-UVV desde 2017. Participou do projeto "Análise dos efeitos do probiótico kefir sobre crises epilépticas em camundongos". Possui experiência na área de Neurologia com ênfase em Fisiopatologia do Sistema Nervoso Central, atuando principalmente nos seguintes temas: modelos experimentais de crises convulsivas, isquemia cerebral, sistema nervoso entérico e autônomo.

AMANDA CHRISTINA GONCALVES DO CARMO GOUVEIA, Mestranda em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Vila Velha (UVV).

Possui graduação em EDUCAÇÃO FÍSICA pelo CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA-UNEC (2002-2005) e especialização em Treinamento desportivo e Fisiologia do Exercício pelo CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA - UNIFOA (2006-2007). Atualmente cursa Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Vila Velha (UVV).

CARLA CHRISTINA DE CASTRO BULIAN, UNIVERSIDADE DE VILA VELHA - UVV

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Medicas de Minas Gerais (1997). Residência em Pneumologia pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - FELUMA (2001). Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Vila Velha (2014). Pneumologista - Secretaria de Saude do Estado do Espirito Santo.

RAFAELA AIRES, UNIVERSIDADE DE VILA VELHA

Doutora pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo. Graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2013). Possui mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (2015). Possui experiência na área de Fisiologia com ênfase em Fisiologia Cardiovascular, atuando principalmente nos seguintes temas: modelos experimentais de infarto agudo do miocárdio, isquemia cerebral, hipertensão renovascular e diabetes; sistema nervoso autônomo, variabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial, biologia molecular, produtos naturais, probióticos, bioprospecção de peptídeos e estresse oxidativo. Atuou como professora substituta no Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Espírito Santo (2019). Ministrou a disciplina de epidemiologia e bioestatística na pós-graduação e possui a prática diária, desde a iniciação científica, com a análise de dados e manuseio de softwares estatísticos. Atua na orientação técnica-científica de alunos de graduação e pós-graduação.

THIAGO PEREIRA MELLO, Professor Titular da Universidade Vila Velha - UVV

Farmacêutico pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em 2002, Mestre (2005) e Doutor (2009) em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pós-Doutor em Farmacologia pela Universidade de Santiago de Compostela (USC) - Espanha (2018). Professor Titular da Universidade Vila Velha (UVV) (Mestrado e Doutorado em Ciências Farmacêuticas, Medicina). Pesquisador do Laboratório de Fisiologia e Farmacologia Translacional (UVV). Autor do perfil Farmaconaprática (Instagram: @farmaconapratica, com mais de 200 mil seguidores) e "Farmacologia na prática" no Youtube (com mais de 200 mil inscritos). Idealizador da Comunidade "Farmaco na Prática" com mais de 4000 membros.Autor do livro "Biblioquímica- Evidências das Ciências Biomédicas na Bíblia" (Instagram: @biblioquimica_). Bolsista em produtividade CNPq (PQ2, Área: Farmácia).H-Index (Web of Science): 21 //// H- Index (SCOPUS): 26////Google Scholar: 28. Até o momento, possui 73 publicações em revistas internacionais.

ELISARDO CORRAL VASQUEZ, Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Vila Velha (UVV)

Doutorado em Fisiologia, obtido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP, 1981), orientado pelo prof. Eduardo M Krieger e posteriormente contemplado com bolsa RHAE-CNPq, e matriculado no na Universidade de Iowa, 1989-1991, no laboratório de Michael J Brody, como Professor Associado Visitante. A partir de 1997 voltou para Iowa City, no Laboratório de Alan Kim Johnson, onde foi matriculado como Professor Associado Visitante e se especializou em técnicas de biologia molecular, patch-clamping, cultura celular, transferência de genes de adenovírus e camundongos knockout, apoiado pelo CNPq e realizando pesquisas com apoio financeiro da NASA, NAVY e NIH. No Brasil, foi Professor/Pesquisador/Orientador da Faculdade de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal. Em 2019 completou 40 anos de trabalho naquela instituição que o premiou como Professor Emérito e atualmente é Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Vila Velha (UVV), Brasil. No Laboratório de Fisiologia Translacional e Farmacologia tem se concentrado em mecanismos de disfunção endotelial, desequilíbrio de ERO/NO e comprometimento do controle da função cardiovascular utilizando modelos experimentais de hipertensão arterial e aterosclerose. Mais recentemente, tem-se dedicado a estudos relacionados com a microbiota intestinal e probióticos em doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. O apoio financeiro para projetos de pesquisa tem sido obtido principalmente da Facitec (Agência Municipal de Vitória), Fapes (Agência Estadual) e CNPq (Agência Federal). É apoiado pelo CNPq como Pesquisador, nível 1, há 30 anos. Membro do conselho editorial do Journal of Translational Medicine (seção Nutrição e Metabolismo) e do Journal of Food Microbiologdy. Ele foi editor principal de uma edição especial de Oxidative Medicine and Cellular Longevity e é revisor de vários periódicos. Publicou 160 artigos internacionais listados no PubMed, incluindo uma publicação no JACC (fator de impacto de 22) e esse artigo possui mais de 200 citações, possui 3 publicações na Chest e 13 na Hypertension, nas quais seu trabalho foi capa de imagem .

CARMEN LUIZA SARTÓRIO, Pós-doutora no Programa de Pós-Graduação de Biotecnologia - UFES.

Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (1991-1996), mestrado em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (2000-2002), doutorado em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo e Uniklinikum Wuerzburg, Alemanha (2002-2006) e habilitação (licenciatura) em Biologia pelo IFES (2017-2018). Realizou estâncias pós-doutorais no Institut Català de Ciencies Cardiovasculars - ICCC (2007), no Institut de Recerca del Hospital Universitari Vall d Hebron, em Barcelona - Espanha (2007-2010), no Laboratório de Fisiologia Cardiovascular, do ICBS - UFRGS (2011-2013) e trabalhou como pesquisadora Pós-Doutoral no Laboratório de Cardiologia Experimental no Hospital San Raffaele em Milão - Itália (2015-2017) e foi pesquisadora Pós-Doutoral (bolsista PNPD- CAPES) no Laboratório de Fisiopatologia Cardiovascular - UFES (2017-2022). Atua como professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas na UFES e pós-doutora no Programa de Pós-Graduação de Biotecnologia - UFES. Na pesquisa científica atua principalmente na área de fisiopatologia cardiovascular, especialmente na área de hipertensão arterial, microcirculação coronariana, reatividade vascular, estresse oxidativo, disfunção endotelial, infarto do miocárdio, isquemia e reperfusão, proteção miocárdica e mecanismos da insuficiência cardíaca. Em docência, tem experiência no ensino teórico/prático de histologia/embriologia, fisiologia, farmacologia, biologia celular/molecular, patologia e odontologia - além de bioética e boas práticas.

BIANCA PRANDI CAMPAGNARO, Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Vila Velha (UVV)

Possui graduação em Ciências Biológicas (2005), mestrado (2008) e doutorado (2012) em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente é Professor Titular e Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Vila Velha (UVV), onde ministra as disciplinas de Fisiologia Humana, Genética Humana, Biologia Celular e Biologia Molecular. Atua também como Pesquisador Associado do Laboratório de Fisiologia Translacional do Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da UFES. Äreas de atuação: Fisiologia, Fisiopatologia, Estresse oxidativo, Genotoxicidade, Biologia Molecular e Biologia Celular. Bolsista de Produtividade da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES).

Publicado
2023-11-22
Como Citar
BELISÁRIO, E.; GOUVEIA, A. C. G. D.; BULIAN, C. C.; AIRES, R.; MELLO, T.; VASQUEZ, E.; SARTÓRIO, C.; CAMPAGNARO, B. PRODUÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO SISTÊMICA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: PAPEL DO FUMO E USO DE CORTICÓIDES. Múltiplos Acessos, v. 8, n. 2, p. 26-46, 22 nov. 2023.
Seção
ARTIGOS