GÊNERO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: UMA BREVE ABORDAGEM DENTRO DO CONTEXTO DO CENTRO VOCACIONAL TECNOLÓGICO CAMPOS/SOLDA/ FAETEC.
Resumo
A partir dos anos de 1970, a mulher ingressa de forma mais massiva no mercado de trabalho e, historicamente, se perpetua como mão de obra de baixo custo explorada, com menores chances, salários e, consequentemente, uma sombra da identidade masculina. Sendo assim, certas áreas são rotuladas socialmente como espaço de atuação masculina. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo apresentar de que maneira se permeiam a participação das mulheres nos cursos profissionalizantes, em especial nos cursos de soldas, ofertados pelo Centro Vocacional Tecnológico (CVT), pertencentes à Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). A proposta de Ensino Profissional surge antes de 1909 com as Escolas de Aprendizes Artífices, dentro de uma política inclusiva que buscava o preparo técnico e intelectual dos desfavorecidos, a fim de que fossem adquiridos hábitos de trabalho, o afastamento da ociosidade, do vício e do crime. Para tal proposta, a pesquisa se valeu de uma metodologia qualitativa, com fundamentação teórica de Bauman (2021); Wirth (2010); e Soares (1981); além de fontes documentais, a saber: fichas de matrículas, diários de turmas e relatórios finais do CVT/Solda. Neste contexto, as teorias de gênero corroboram no entendimento da lógica capitalista reforçada pelo patriarcado, fazendo assim urgente, a ampliação do debate acerca das desigualdades de gênero, em prol do compromisso na defesa dos direitos humanos contra todas as formas de discriminação e de preconceito.